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segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Será a vida...

...ou outra coisa qualquer?
Sabe aquela história de que prá tudo se dá um jeito? Ensinei desde cedo meus filhos a pensarem assim, sem mesmo saber. Nem sempre tivemos vida de classe média mais ou menos.
Quando eu tinha 18 anos descobri que estava grávida de 20 dias. Tinha ido ao médico pois subitamente desenvolvi um sintoma de gastrite (hehehe). Chegando lá, atravéz de um ultrasom, vimos o coraçãozinho do Felipe batendo. Foi de certo modo a experiência mais gostosa e apavorante que tive, até então.
Não sei como disse ao meu pai o que havíamos feito, isto é um neto, até hoje. É tudo muito confuso... Minha maior lembrança é a conversa que tive com o meu irmão Nelson, sobre as possibilidades. Para ele estava fora de cogitação o aborto, e para mim também. Mais tarde e naquela mesma semana, contamos a todos, um por um de ambas as famílias. Alguns foram contra meu casamento... mas esses são contra até hoje... outros nos deram força e nos ajudaram em tudo que puderam.
Sempre achei que teria 3 filhos homens. A idéia de ter uma menina me apavorava imensamente. Não sei dizer se é por eu ter uma personalidade muito forte, ou por acreditar que nós mulheres temos mais dificuldades em conseguir o que queremos.
Achava que tinha nascido para ser mãe. E sei que isso em parte foi idealizado tintim por tintim... Em parte sempre foi a mais bela verdade.
Nosso plano financeiro incluia mais filhos, bom, pelo menos mais um, de preferência esse teria que ser planejado.
O Felipe sempre foi diferente. Sempre lendo e fazendo contas desde cedo. Atencioso com todos, era companheiro inseparável de meu pai. Adorava e ainda adora os avós maternos.
Mas seu mundo era incompleto segundo suas palavras, já aos 4 anos de idade. Ele necessitava de um irmão com urgência.
Perguntava a ele porquê, e explicava que sendo somente ele, poderíamos dar-lhe muito mais do que se tivéssemos mais um filho. A resposta dele era sempre a mesma: "...preciso de um irmão para dividir meus brinquedos e para cuidar dele".
Fiz um tratamento e quando já havia desistido de ter mais um filho, engravidei.

Acho que o Felipe descobriu que afinal de contas não era tão simples assim.
O bebê chorava, fazia cocô, xixi, e pior de tudo mais dormia que ficava acordado.
Mas em nenhum momento ví arrependimento em seus olhos por ter pedido um irmão.
Hoje ele toca guitarra, cuida dos irmãos quando preciso, é dedicado e consciente sobre todas as coisas. Escreve muito, lê sobre qualquer assunto mesmo que não o interesse, e tem sua própria opinião lutando por ela com unhas e dentes.

O Tiago é especial... tem uma inteligência e percepção que não se pode definir.
Desde cedo teve problemas com visões. Se chegasse em sua casa e visse algo ou alguém que só ele via, não entrava e não nos deixava entrar. Hoje ele ainda vê pessoas que só existem para seus olhos mas não tem mais medo. Acontece com menor frequência, mas tenho muita ajuda de um pediatra que é espiritualista.
Ele toca violão como ninguém, canta músicas que parecem cantadas para mim somente, escreve com a naturalidade de escritor e tem a maior imaginação para contar estórias que já ví.
Esse meu filho é um anjo com olhos de passarinho, sempre alegre e amoroso... Mas as vezes realmente bravo e impetuoso.
O Lucas! O terceiro e espero que o último para o bem de minhas finanças...
Ele chegou como o Felipe... inesperadamente e sem planejamento algum.
Nem preciso dizer que foi um choque momentâneo saber que estava grávida pela terceira vez, mesmo evitando com anticoncepcionais.
A época foi aquela das pílulas da farinha... A primeira coisa que meu médico me instruiu a fazer foi entrar na justiça com pedido de indenização. É claro que não entrei...
Me perguntava se era justo fazê-lo, pois nessa época tinha muitas dúvidas a respeito dos designios de Deus e suspeitava que Ele estava me dando uma pessoa para cuidar que há muito tempo esperava por esse momento.
Quando o Lucas nasceu era bebê mais lindo que havia no berçário.
Todas as enfermeiras me diziam como ele era diferente, pois era grande, de olhos amendoados e sempre abertos... parecia mesmo que estava sempre sorrindo com o canto dos olhos.
Tinha as bochechas rosadas e gordas... era na realidade a perfeição. Talvez fosse um anjo.
Ele não chorava... na realidade não me lembro nunca desse fato ter ocorrido.
Ele é amoroso, didicado, sabe todos os pontos fracos das pessoas que mantem contato, para poder irritá-las quando quer, gosta de ajudar a todos, de conversar e já sabe ler há algum tempo.
Ele é o xodó de casa, mas também é o que mais dá trabalho por ser tão pró-ativo.

Esses são meus filhos... as pessoas mais importantes que já conheci.
Por eles aprendi a ser flexível em tudo que faço, aprendi a ser mais bonita por dentro e por fora.
Eles são o melhor de mim, por isso são melhores...
Mas acho realmente que para tas as pessoas sou apenas mais uma mãe... e é assim que deve ser.

Beijos.

2 comentários:

Anônimo disse...

Poxa Sílvia... obrigado por repartir isso tudo com quem te lê. Adorei.

Anônimo disse...

Oi, Sílvia!

Passei aqui dar uma espiada, vi seus coments na Lua Nua.

Gostei!

Bjo