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quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Trecho do livro O Louco, de Gibran Khalil Gibran.

Perguntais- me como me tornei louco. Aconteceu assim: Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas - as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas - e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente, gritando: " Ladrões, ladrões, malditos ladrões!"
Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim. E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: "É um louco!". Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.
Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: "Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!" Assim me tornei louco.
E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aqueles que nos compreendem escraviza alguma coisa em nós.


Em nossa sociedade precisamos ser parecidos pois para tudo há uma comparação. Se você é gordo precisa se adaptar às revistas que ditam moda porque a moda é ser magro, se você gosta de Rock, precisa ouvir Rap, pois é o que está tocando no rádio, e outras infinidades de estereótipos que nos sujeitam. Uma vez um sábio psicólogo que se chama Jair, disse que cada um se esconde atrás de uma máscara para nos protegermos das outras pessoas, isto é, para nos protegermos da sociedade em que vivemos. Qual era a minha máscara? Boa mãe? Boa filha? Excelente esposa? Profissional exemplar? Depois de dias e mais dias de auto- conhecimento regrados com psicodrama, cujo tema deixarei para outro dia, descobri que me escondia atrás de outras coisas, de outras denominações, por achar que me aceitariam melhor assim, ou se preferir, que gostariam mais de mim. Hoje falo mais o que penso, faço o que tenho vontade, escuto as músicas que gosto, enfim sinto o calor do sol em minhas faces nuas... Para onde quer que tenham ido minhas máscaras, não voltarão jamais...

4 comentários:

Unknown disse...

EU TAMBEM USEI MUITAS MASCARAS NA MINHA VIDA.MAS EU CANSEI DE SER, O FANTOCHE DOS OUTROS .QUANDO EU ME ASSUMI ,NIMGUEM SI LEMBRA DE MIM. QUERO CURTIR A VIDA ASSIM LIVRE DE MASCARAS , ALEM DE TUDO VIVER SUFOCADO NAO QUERO RESPIRAR .

Unknown disse...

USEI MASCARAS, POR MUITO TEMPO EM MINHA VIDA . CANSEI DE SER UM PALHACINHO PARA AS PESSOAS.QUANDO EU ME ASSUMI ,NINGUEM SI LENBRA DE MIM.SIMPLESMENTE EU VIVO A VIDA
COM MAIS VERDADE ,PORQUE QUEM USA
MASCARAS VIVE NA MENTIRA .
EU ME CONSIDERO O LOUCO ....
SO O LOUCO È QUE VIVE COM A CARA
LIMPA...

se melhorar estraga disse...

Sim, pois precisamos ser verdadeiros antes de tudo conosco mesmo, ou jamais conseguiremos ser felizes e completos. As vezes teremos dúvidas: será que estou certo? Mas a essencia da resposta será aquela que sempre estará dentro de cada um...
Obrigada pela visita...

Sergio disse...

Segundo a sabedoria milenar oriental Lao Tse, é de "dentro para fora" que devemos viver, pois não conseguiríamos absorver todas as coisas externas do mundo ao nosso redor para o nosso interior.