Powered By Blogger

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Eternamente assim...

Recentemente meu pai se emocionou ao relembrar sua vida quando pequeno, e eu me senti impotente...
Não damos valor aos nossos pais, não perguntamos frequentemente a eles coisas de que se lembram, coisas boas ou fatos ruins, não importa muito, contanto que percebam que existem e que percebamos que co-existimos.
Que seria de nós sem o passado deles?
Não da para sentirmos incomodo ao conversarmos com essas pessoas maravilhosas que nos deram sua saúde, em muitos casos para que fossemos alguém de índole maculada.
Quero fechar meus olhos algum dia e lembrar do cheiro dele, de seu riso fácil, de sua lágrima fácil... de seu apoio incondicional.
Quero pensar que tudo será eterno, inclusive ele... não, não me digam ser impossível, pois aprendi por esses tempos que não há tempo sem possibilidades alguma.
Nem tirem dele o sonho...
Um sonho ruim de quando era menino e sem pais para abraça-lo passava noites com frio e chorava pelos entes queridos. Tantas promessas feitas a ele... tanta desilusão... antigamente e hoje.
Pais desnaturados mortos antes do tempo. Desnaturados por serem fatal e precocemente mortos.
Filhos desnaturados hoje que nada acrescentam a vida de pessoas como ele.
Meu coração se envergonha por ser eu uma filha que chora e pouco pode fazer para desfazer a tristeza do coração de meu pai.

Meu pai... cujo sonho se perdeu e confundiu-se com os sonhos dos filhos, assim como os meus se confundem e tento me convencer ser a vez dos sonhos de meus filhos, e que depois retomarei os meus.
Nada é em vão...
Meu Pai o que tenho para lhe falar é que não chore, és o meu herói e sempre será eterno...
Somente não chore.

Amo-te eternamente...

De sua filha,


Silvia.